DICAS DE GEOGRAFIA

          DICAS QUENTES DE GEOGRAFIA


SUBDESENVOLVIMENTO


Resumo: neste tutorial mostraremos porque alguns países começaram a ser chamados de países subdesenvolvidos. E como hoje é feita a divisão internacional do trabalho entre esses países e os desenvolvidos.

Países em desenvolvimento

Guerras e guerrilhas de libertação nacional varreram a África e a Ásia na década de 40 a 60. Surgiram como conseqüência, muitos Estados Novos. O mundo passou a enxergar a desigualdade que existe entre os Estados.

A ONU (Organização das Nações Unidas) faz estatísticas e avaliações que demonstram que a maioria das pessoas que faziam parte das ex-colônias tem em padrão de vida inferior ao que é considerado digno, e que a economia de seus países é bem inferior do que a de suas ex-metrópoles. Esses novos Estados asiáticos e africanos, e também latino-americanos, independentes desde o século XIX, têm graves problemas na economia, na estrutura social e política. Continuam essencialmente exportadores de matérias-primas e alimentos a preços baixos. Portanto, esses países tem uma economia frágil. Existe uma grande desigualdade social nesses países. Com isso a maioria da população vive em péssimas condições, pode ser visto facilmente se compararmos com países desenvolvidos.

A essa situação real, os especialistas chamam de subdesenvolvimento, que inclui quatro quintos da população mundial. Alguns acham mais correto dizer países não-desenvolvidos.

Essa classificação, países subdesenvolvidos, divide cerca de duzentos países em dois grupos. Essa classificação passa uma idéia de que o subdesenvolvimento é um estágio para o desenvolvimento. O subdesenvolvimento e desenvolvimento são realidades resultantes do processo do capitalismo. Com a exploração colonialista e imperialista houve uma transferência de riquezas das colônias para as metrópoles. Ou seja, hoje os países desenvolvidos eram as os que exploravam e recebiam riquezas das colônias no passado. O capitalismo da mesma forma que gerou desigualdades dentro de cada país, gerou desigualdades entre os países. Com isso podemos dizer que para haver uma inversão nisso tudo, ou seja, os países que hoje são classificados como subdesenvolvidos serem desenvolvidos, deveríamos voltar o tempo e fazer tudo ao contrário. Mas acabaria dando no mesmo, pois para um país crescer ele deve explorar outro.

Ainda é possível que um outro país subdesenvolvido consiga se desenvolver. Coréia  do Sul e Cingapura são um exemplo disso. Daí muitas é preferível a denominação não-desenvolvidos, que nos transmite melhor a idéia de que são países que não estão indo para o desenvolvimento.

O mundo todo desenvolvido não é só impossível por razões econômicas, mas também por fatores ambientais. Simplesmente podemos dizer que, do ponto de vista ecológico, o padrão de desenvolvimento que há nos países ditos desenvolvidos é insustentável.

Alguns países porem, como o Brasil e a Índia, são em vários aspectos (produção industrial, disponibilidade de recursos naturais, potencial de mercado interno, como exemplo) mais ricos que alguns países ditos desenvolvidos.

Os países do Golfo Pérsico que são produtores de petróleo, possuem rendas per capita que estão entre as mais altas do mundo. Entretanto, a sua riqueza está concentrada na minoria da população, por isso não podem ser considerados países desenvolvidos. O Brasil, que também possui uma renda média alta, possui uma das piores distribuições do mundo, por isso é considerado um país subdesenvolvido.

Sendo assim, para se analisar o índice de desenvolvimento de um país e a qualidade de vida da população é necessário além dos indicadores econômicas, os indicadores sociais (expectativa de vida, analfabetismo, etc.) e os indicadores políticos. A ONU tem levantado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de quase todos os países, tendo um relatório mais preciso da qualidade de vida das populações.

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Este gráfico mostra claramente a situação do mundo.

Não se deve falar apenas do antagonismo entre os países ricos e pobres, mas também dos problemas internos de cada país, que contribui em muito para os países subdesenvolvidos continuarem como estão.

Nos países subdesenvolvidos, o Estado deixa de fazer muitas de suas atribuições básicas para satisfazer os desejos da classe social ou grupo étnico dominante.

Nos países desenvolvidos é comum a ajuda do Estado, com incentivo fiscais, concessão de subsídios aos mais diversos grupos econômicos ligados ao poder. Essa situação foi mais para gerar lucros a setores de empresariados nacionais, até mesmo multinacional, do que para gerar crescimento econômico. Essas medidas são prejudiciais pois prejudicam o mercado consumidor, que paga mais caro por produtos e serviços que nem sempre são de boa qualidade.

Um exemplo é o da industria automobilística. Empresas estrangeiras, que estão protegidas por altas tarifas de importação, venderam ao Brasil, durante muitos anos, automóveis de qualidade inferior e bem mais caros, do que os carros produzidos pelas mesmas empresas nos Estados Unidos e Europa.

O desvio das funções do Estado, junto com a impunidade e o desrespeito ao povo acabam gerando, nos países subdesenvolvidos, outro problema: a corrupção. Embora também exista nos países mais ricos, é mais forte e atuante nos países em desenvolvimento, um problema que consome muitos recursos que poderiam ser usados para combater as crises sociais.

A dívida externa é outro problema que aflige esses países. Na maioria dos casos as dívidas foram contraídas por regimes ditatoriais. O dinheiro. Quando não foi usado para enriquecer membros do governo, que possuem contas em outros países, foi utilizado para realizar obras caras e duvidosas. Porém no momento de se pagar o juros dessa dívida, cara recai sobre toda a sociedade. As camadas mais pobres são as que mais sofrem com essa carga, pois quase em nada se beneficiam dos empréstimos.

Assim, só culpar as históricas dominações estrangeiras não esclarece muito a situação em que a maioria da população vive nos países subdesenvolvidos. Não podemos esquecer, do choque de interesses que existe em cada país, e os conflitos entre as classes.

Os indivíduos que tem o poder nos países subdesenvolvidos, formando as elites nacionais, fingem não ver a situação do país e se beneficiam dela. Geralmente a parte da burguesia local que controla os setores mais dinâmicas da economia, está associada aos grupos transnacionais.

Um outro problema bem sério, são os conflitos étnicos e religiosos, que prejudicam ainda mais a economia e agravam a pobreza e fome. É comum gastar muito dinheiro na compra de armas para os conflitos, enquanto milhares de pessoas passam necessidade.

Pode-se concluir que o problema do subdesenvolvimento é um fenômeno complexo, criado por causas externas e internas aos países, sendo difícil se dar uma explicação simples.

Divisão Internacional do Trabalho

Após a Segunda Guerra Mundial, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado do que antes. Dentro dessa nova paisagem de prosperidade surgiram as empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais. Elas assumiram grandes proporções, formaram conglomerados que se espalharam pelo mundo, até em países subdesenvolvidos e recém-independentes, como a África do Sul. Essas empresas passaram a atuar no final do século XIX e meados do século XX.

Mas porque essas empresas atuam fora dos limites de seus países de origem?

Porque querem melhores negócios, maior renda para o capital, maior lucratividade. Isso é que explica o fato de alguns países terem se industrializado nesse período.

Os países subdesenvolvidos permitem boa lucratividade a essas empresas devido a fatores como:

» Mão-de-obra abundante e barata;
» Fontes de matéria-prima e energia estão disponíveis a baixo custo;
» Mercado interno em crescimento;
» Facilidades de exportação e remessa de lucros para as sedes no exterior;
» Incentivo fiscais e subsídios governamentais;
» Ausência de legislação de proteção ao meio ambiente, ou facilidade em busca-la.

Esses fatores contribuem muito para a alocação de investimento no exterior.

Essas vantagens não são encontradas em todos os países e nem todas juntas no mesmo país.

Assim nem todos os países se industrializam. Muitos deles começaram a ser exportadores de produtos industrializados aos poucos deixaram de serem apenas exportadores de matéria-prima. Mas, pelo menos no momento, não é possível classifica-los como países desenvolvidos. Estão incluídos numa nova divisão internacional de trabalho (DIT).

No capitalismo financeiro a DIT funciona da seguinte forma:

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A industrialização que ocorreu nesses países, foi dependente de capitais e tecnologias do exterior. É um processo de industrialização  desigual as dos países desenvolvidos, sendo esse processo comandado por interesse externo.

Pode-se dizer que o processo é desigual ao país desenvolvidos, porque os tipos de industria e tecnologia empregada é inferior aos da matriz. Nos países subdesenvolvidos tendem-se a se instalar industrias poluidoras, que consomem grandes quantidades de matéria-prima e energia, e que necessitam de muita mão-de-obra. Isso faz com que ocorra uma mudança na organização industrial do mundo. Nos países desenvolvidos ficam industrias não-poluentes, de alta tecnologia, e nos países subdesenvolvidos industrializados, as industrias que tem um patamar tecnológico inferior.

Esse modelo de industrialização é complementar porque garante o acúmulo de capitais no mundo desenvolvido.

NICs (Newry Industrialized Countries) são os países que se industrializaram seguindo este modelo, países recentemente industrializados. Como exemplo, alguns países que fazem parte deste grupo: Brasil, Argentina, México, China, África do Sul. Também os chamados tigres asiáticos: Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Malásia, Tailândia e Indonésia.

A Coréia do Sul, em 1996, ingressou na Organização de Cooperação e Desenvolvimento econômico. O país mesmo tendo sofrido com a crise que atingiu a Ásia em 1997, continua crescendo, graças ao investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento, e de um grande esforço do Estado, junto das empresas e sociedade para romper o atraso e a dependência tecnológica. O exemplo sul-coreano, no entanto, é uma exceção e não uma regra.

Para mais informações sobre o subdesenvolvimento e a famosa teoria da dependência vão abaixo alguns links.
http://www.reggen.org.br/midia/documentos/ateoriadadependencia.pdf





A Geopolítica e Economia no pós-guerra


Resumo: esta lição visa mostrar as mudanças que ocorreram no mundo após a Segunda Guerra mundial. Neste período o mundo ficou dividido, a tal ponto que vemos traços disso ainda nos tempos modernos.

A Reorganização Geopolítica

A Alemanha foi o pivô no conflito que teve tanto na Primeira Guerra Mundial como na Segunda Guerra. O país mergulhou numa grande crise tanto econômica como social, em conseqüência da Primeira Guerra Mundial. Foi criado assim condições ideais para o surgimento do nazismo: grave crise econômica; revanchismo, principalmente contra a França, pelas humilhações impostas pelo Tratado de Versalhes; nacionalismo; racismo. Adolfo Hitler chegou no poder em 1933, lançando a Alemanha num processo expansionista. Com a derrota da Alemanha, Japão e Itália e o enfraquecimento do Reino Unido e da França, o mundo foi levado por mudanças econômicas e geopolíticas. Os Estados Unidos agora do bloco capitalista, e do outro lado, União Soviética, que expandiu sua influencia e seu território, definindo o bloco socialista.

Após a união entre Estados Unidos e União Soviética para derrotarem o eixo, foi acirrada uma disputa pela hegemonia no globo, dando inicio a Guerra Fria, que se estendeu no momento pós-guerra até o final dos anos 80.

Os Estados Unidos lançaram em 1947, a doutrina Truman e o Plano Marshall, sendo consenso, portanto, considerar este ano como inicio da Guerra fria.

A doutrina Truman tinha por objetivo a contenção do socialismo. Foi desenvolvido por George F. Kennan, e tinha como idéia básica impedir a expansão da União Soviética, fazer alianças com outros países para isola-la. Já o Plano Marshall, idealizado por George C. Marshall era um plano para ajudar países na Europa afetados pela guerra, e recuperar mercados para produtos e capitais norte-americanos.

O Plano Marshall também foi estendido a Alemanha (Ocidental) e Itália. A recuperação e regularização da economia e comercio mundial era necessária para a contenção do socialismo, e assegurar para os Estados Unidos em mercado que seria capaz de consumir sua elevada produção. O Plano Marshall contribui para expandir os ideais da sociedade de consumo, o chamado american way of life ( modo americano de viver ).

Em 1948 para administrar a ajuda recebida através do plano Marshall, foi criada a OECE ( Organização Européia de Cooperação Econômica ), em 1961, seu nome foi mudado para OCDE ( Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico ), visto que foram incluídos países não-europeus. Além do mais, seus objetivos foram ampliados: a geração de empregos, incentivar o crescimento econômico, expandir o comércio e a estabilidade financeira dos países membros. A OCDE, congrega alguns dos países mais ricos do mundo, é sediada em Paris.

Com a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, a reunificação da Alemanha, o desmantelamento do Pacto de Varsóvia em abril de 1991, e a dissolução do Império Soviético a Guerra fria chega ao seu fim.

A Guerra Fria foi marcada pela bipolarização de poder entre Estados Unidos e União Soviética, que competiam para conseguir zonas de influencia. Começaram a corrida armamentista, um querendo superar o outro em força militar. Portanto a paz era impossível de ocorrer, mas também a guerra não aconteceu. Isto porque cada país tinha um grande poder destrutivo, e se ocorresse uma guerra, era certo que esta guerra não teria vencedores, haveria uma mútua destruição.

O mundo ficou divido em blocos geopolíticos e ideológicos. De um lado o bloco ocidental, e do outro, o bloco oriental. O bloco ocidental designou os países capitalistas, apoiados pelos Estados Unidos. O bloco oriental designava os países socialistas, junto com a União Soviética.


As duas superpotências procuravam ter bastante poder bélico

Reordenando a economia

Em julho de 1944, na Conferencia de Bretton Woods, nos Estados Unidos, os 44 países aliados lançaram uma nova ordem econômica, um plano que visava estimular o desenvolvimento capitalista e a reconstrução e estabilidade econômica mundial. Apesar de vários países participarem quem dava as regras era os Estados Unidos, e também uma parcela o Reino Unido. Foram criados o Banco Mundial, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Gatt (Acordo Geral sobre tarifas Aduaneiras e Comércio).

Nessa reunião foi definido um novo padrão monetário, o padrão dólar-ouro. O banco central norte americano (Federal Reserve Board), garantiu uma paridade de 35 dólares por uma onça troy (31,1g) de ouro. Ou seja, quem quisesse trocar dólar por ouro, o governo dos Estados Unidos garantiu a troca nessa paridade. Nas duas décadas seguintes após o pós-guerra, essa situação levou as grandes potencias a aumentar as suas economias.

Já no final da década de 60 a economia norte americana dava sinais de crise. Isto ocorreu devido aos gastos na corrida armamentista, déficits orçamentários e desequilíbrio na balança comercial, o que levou o governo norte americano a emitir moeda sem lastro, isto quer dizer, sem a retenção de valor correspondente em ouro. Em 1973 numa reunião do FMI, foi decidido o fim do padrão dólar ouro. A partir daí os Estados Unidos passou a emitir dinheiro sem lastro, e teve que observar sua moeda se desvalorizar frente a outras moedas, como o ienes japonês.

O Banco Mundial (ou Bird) no começo foi criado com objetivo de ajudar os países europeus afeados pela guerra. Mas com o tempo passou a financiar criação de infra- estrutura nos países subdesenvolvidos:construção de estradas, construção de usinas de energia, instalação de industria de base e etc.

O FMI tem como objetivo estimular o comercio mundial e promover ajuda econômica aos países membros que apresenta, problemas econômicos, evitando que desequilíbrios econômicos em alguns países levassem a uma crise global. Na prática, o FMI atua resolvendo crises de países que apresentam problemas para equilibrar seus balanços de pagamentos. Com o FMI se estabeleceu regras básicas das relações financeiras internacionais. Os países membros converteram o valor de suas moedas ao dólar ou ao ouro, e isto a valorização da moeda norte americana.

Todos os países membros do FMI tem cotas de fundo proporcionais aos recursos eles contribuem. Os Estados Unidos tem a maior parte de cotas, o que leva ele a tomar as decisões finais em relação as políticas do FMI, visto que o poder de decisão é proporcional as cotas que cada país possui.

O Gatt também teve como objetivo estimular o comércio mundial e combater medidas protecionistas. Em 1995 o Gatt passou a denominar-se OMC (Organização Mundial de Comércio) e tem procurado aumentar sua influencia no comércio mundial.

Essa três instituições agem reciprocamente, ou seja, se um país não respeitar as regras estabelecidas pela OMC, não tem acesso aos recursos financeiros do FMI e do Banco Mundial. De modo similar, o Banco Mundial só libera recursos para países que orientam sua economia com as metas aceitas ou sugeridas pelo FMI.

Tentando reorganizar a política internacional

A ONU (Organização das Nações Unidas) foi criada em 1945, numa Conferencia em São Francisco (Estados Unidos), com o objetivo de garantir a paz mundial, e a cooperação entre os países, para se resolver problemas econômicos, sociais e humanitários. Sediada em Nova Iorque, a ONU substituiu a Liga das Nações criada após a Primeira Guerra Mundial.

A ONU é constituída por vário órgãos, por exemplo: Unesco (para Educação, Ciência e Cultura), FAO (para a Agricultura e Alimentação). Alem de vários programas e organizações, como: Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância). Nestes órgãos e programas participam quase todos os países do mundo. Apesar que, mesmo com a criação da ONU, não foi possível impedir a morte de milhões de pessoas em conflitos. Os dois órgãos mais importantes da ONU são, aAssembléia Geral e o Conselho de Segurança. 
A Assembléia Geral faz recomendações, e não decide sobre questões de segurança internacional. É formada por todos os países membros, mas as resoluções feitas na Assembléia tem que ter pelo menos nove votos dos países que fazem parte do Conselho de Segurança; até 1990 qualquer resolução poderia ser vetada pelos EUA ou pela Rússia; atualmente o poder de veto foi estendido aos cinco membros permanentes.

O Conselho de Segurança é o órgão de maior poder da ONU. É formado por quinze países membros, sendo que cinco são permanentes, e os outros dez são eleitos a cada dois anos. Esse Conselho pode investigar conflito e disputas internas ou entre países. Pode recomendar acordos de paz ou sanções que envolvem corte de relações diplomáticas e até mesmo bloqueio econômico. Os cinco países permanentes são: Estados Unidos, Reino Unido, China, França e Rússia.


Na pratica, durante a Guerra Fria, a ONU ficou paralisada, visto que se as decisões tomadas contrariassem os EUA ou a União Soviética eles vetavam as resoluções.

Geopolítica no período pós-guerra

Neste período de Guerra Fria os interesses dos Estados Unidos se completaram, como exemplo a elaboração da Doutrina Truman e o Plano Marshall (já citados nesta lição).

A União Soviética, superpotência rival, desde a década de 1940 já mostrava sua liderança em muitos setores, superada apenas pelos EUA. Depois de 1945, passou a ter influencia em quase todos os continentes.

Os Estados Unidos, por sua vez, criaram blocos militares visando impedir que a influencia socialista se expandisse. Muitos setores norte-americanos acreditavam que se a União Soviética expandisse a sua influencia, além dos países do Leste europeu e a China, aos poucos todos iriam cair nas “mãos do inimigo”. Estabeleceu-se em “cordão sanitário” que isolava a potencia rival. Ao modo de ver dos ocidentais, o socialismo era uma doença e deveria ter sua expansão contida.

Em 1949 foi criado então, a OTAN ( Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança formada pelos Estados Unidos, Canadá, e vários outros países ocidentais. Sua sede fica em Bruxelas (Bélgica). A criação da OTAN foi uma resposta ao bloqueio feito por Stálin, a Berlim ocidental. Com a construção de várias bases militares, e um grande mercado de armamentos não só para a força militar dos Estados Unidos como também para a de seus aliados, se delimitou a zona de influencia norte-americana.

Em maio de 1949 foi proclamada a RFA (República Federal da Alemanha) ou Alemanha Ocidental, nas zonas ocupadas pelos EUA, Reino Unido e França. A resposta da União Soviética foi a criação, em outubro do mesmo ano, da RDA (República Democrática Alemã) ou Alemanha Oriental. Tinha como capital a parte oriental de Berlim, ocupada pelos soviéticos.

O Muro de Berlim foi construído em 1961. A Alemanha passava por crises econômicas, e muitas pessoas estavam deixando o setor oriental em busca de melhores condições na parte ocidental. Com o intuito de acabar com essa migração de trabalhadores e reafirmar a sua soberania, os lideres soviéticos construíram o Muro de Berlim. Esse muro que dividia a cidade de Berlim, era um dos símbolos que mostrava as tensões da Guerra Fria: o conflito leste x oeste (capitalismo x socialismo).

A resposta da União soviética depois da criação da Otan foi a formação do Pacto Varsóvia. Esse pacto tinha a mesma finalidade da Otan, a defesa militar de seus aliados. Em 1991 quando houve o fim da URSS, o Pacto de Varsóvia foi extinto.

Os Estados Unidos formaram outras alianças para deter a expansão socialista: a Anzus – acordo bilateral com Japão, as Filipinas, Austrália e Nova Zelândia; Otase – uma ambiciosa aliança militar asiática formada pelo Reino Unido, França, pelos países da Anzus, Tailândia e Paquistão.

Com o fim da Guerra Fria, as alianças que não foram extintas, se tornaram órgãos políticos. A Otan passou a ter um novo objetivo: manter a paz na Europa. Para isso foi criado o projeto Parceria para a Paz. A Otan ainda se expandiu com a entrada de países que faziam parte da ex-União Soviética. A Rússia tem sido contra essa política, afirmando que é uma ameaça à sua segurança. Mas se trata apenas dos últimos suspiros da Guerra Fria.




Por uma globalização mais humana
A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, nos fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira, cultural.
Vivemos um novo período na história da humanidade. A base dessa verdadeira revolução é o progresso técnico, obtido em razão do desenvolvimento científico e baseado na importância obtida pela tecnologia, a chamada ciência da produção.
Todo o planeta é praticamente coberto por um único sistema técnico, tornado indispensável à produção e ao intercâmbio e fundamento do consumo, em suas novas formas.
Graças às novas técnicas, a informação pode se difundir instantaneamente por todo o planeta, e o conhecimento do que se passa em um lugar é possível em todos os pontos da Terra.
A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica.
Tudo isso é movido por uma concorrência superlativa entre os principais agentes econômicos -- a competitividade.
Num mundo assim transformado, todos os lugares tendem a tornar-se globais, e o que acontece em qualquer ponto do ecúmeno (parte habitada da Terra) tem relação com o acontece em todos os demais.
Daí a ilusão de vivermos num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. Na realidade, as relações chamadas globais são reservadas a um pequeno número de agentes, os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados, as grandes organizações internacionais.
Infelizmente, o estágio atual da globalização está produzindo ainda mais desigualdades. E, ao contrário do que se esperava, crescem o desemprego, a pobreza, a fome, a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas sociais.
A droga, com sua enorme difusão, constitui um dos grandes flagelos desta época.
O mundo parece, agora, girar sem destino. É a chamada globalização perversa. Ela está sendo tanto mais perversa porque as enormes possibilidades oferecidas pelas conquistas científicas e técnicas não estão sendo adequadamente usadas.
Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos obtidos neste fim de século 20, se usados de uma outra maneira, bastariam para produzir muito mais alimentos do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as doenças e a mortalidade.
Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização.

Milton Santos.
30/11/1995




Dinâmica populacional



Entende-se por dinâmica populacional  o estudo da variação na quantidade dos indivíduos de determinada população. Já o conceito população pode ser definido como o conjunto de pessoas que residem em determinado território, que pode estar constituído em uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Tal população pode ser classificada ainda segundo sua religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), atividade econômica (ativa ou inativa), e os seus respectivos comportamentos são objeto dos denominados “indicadores sociais”, estatística destinada a traduzir em uma grandeza quantitativa um conceito social abstrato e informar algo sobre certo aspecto da realidade social, como por exemplo taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, entre outras variáveis.
É fundamental ao se analisar dinâmica populacional que não se confunda população com nação, conceito que é definido como o conjunto de pessoas que repartem a mesma história, estando, por isso, inseridas em um mesmo panorama cultural. De acordo com essa orientação, a população de um país pode estar dividida em várias nações, ao mesmo tempo em que uma nação pode estar dividida entre dois ou mais países.
No passado, a dinâmica populacional foi muito associada às ideias de explosão populacional, recebendo grande atenção os trabalhos de Thomas Maltus relacionados à problemática, que procuravam alertar sobre o crescimento desordenado da população e a inevitável escassez de alimentos e recursos que tal crescimento traria. Com o advento da Revolução Industrial, e o florescimento da tecnologia, especialmente nas áreas de produção, conservação e transporte de alimentos, os estudos de Malthus caíram por terra. Hoje, a discussão está em um ponto diametralmente oposto, o da “implosão populacional”, pois em vários pontos do planeta assistimos a quedas de taxas de fecundidade, especialmente na Europa ocidental e Japão.
No Brasil, podemos afirmar que há uma melhora geral na qualidade de vida da população, contribuindo para seu constante aumento, resultante das melhorias médico-sanitárias decorrentes do pós-guerra e também dos movimentos migratórios ocorridos nos anos 60 e 70 da população rural em direção às cidades, melhor equipadas para atender a população em geral se comparado às áreas mais isoladas e rurais. Ao mesmo tempo em que a qualidade de vida melhora, há uma diminuição na taxa de fecundidade dos brasileiros, muito devido à participação efetiva da mulher no mercado de trabalho. Talvez não seja o único fator, mas é certamente o mais importante para explicar uma considerável mudança na pirâmide etária nacional, onde se reduz consideravelmente o número de jovens, aumentando por outro lado o número de idosos, o que acarretará um problema em relação à previdência brasileira, com menos jovens a custear o serviço do qual uma população cada vez maior de idosos deseja usufruir.






Teorias demográficas

Malthusianos, neomalthusianos e reformistas

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Dilema: é a superpopulação que gera a pobreza ou é a pobreza que gera a superpopulação?
Inúmeras teorias foram elaboradas para tentar explicar o crescimento populacional. Dentre elas, é comum se destacarem três, que estão profundamente inter-relacionadas: a malthusiana, a neomalthusiana e a reformista.

Teoria Malthusiana

A teoria demográfica formulada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus(1776-1834) foi publicada em 1798, no livroEnsaio sobre o princípio da população.

Segundo Malthus, a população mundial cresceria em um ritmo rápido, comparado por ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64...), e a produção de alimentos cresceria em um ritmo lento, comparado a uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6...).

Assim, segundo a visão de Malthus, ao final de um período de apenas dois séculos, o crescimento da população teria sido 28 vezes maior do que o crescimento da produção de alimentos. Dessa forma, a partir de determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra, produzindo-se, portanto, uma situação catastrófica, em que a humanidade morreria de inanição.

Malthus chegou a propor como única solução - para o problema da defasagem entre população e alimentos - o que ele chamou de "sujeição moral", ou seja, a própria população deveria adotar uma postura de privação voluntária dos desejos sexuais, com o objetivo de reduzir a natalidade, equilibrando o crescimento demográfico com a possibilidade de expansão da produção de alimentos.

Naquela época, a obra fez muito sucesso, mas hoje suas idéias são consideradas ultrapassadas pela maioria dos estudiosos. Para os críticos de Malthus, não se elimina a falta de alimentos diminuindo o número de nascimentos entre a população mundial, mas redistribuindo a riqueza produzida no mundo.

Na realidade, ocorre grande concentração de alimentos nos países ricos e, consequentemente, má distribuição nos países pobres. Porém, em nenhum momento a população cresceu conforme o cálculo de Malthus.

Teoria Neomalthusiana

É uma teoria que começa a se desenvolver nas primeiras décadas do século 20, baseada no pensamento de Malthus, razão pela qual passou a ser denominada de neomalthusiana.

O neomalthusianismo somente se firmou entre os estudiosos da demografia após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em função da explosão demográfica ocorrida nos países subdesenvolvidos. Esse fenômeno foi provocado pela disseminação, nos países subdesenvolvidos, das melhorias ligadas ao desenvolvimento da medicina, o que diminuiu a mortalidade sem, no entanto, que a natalidade declinasse.

Os neomalthusianos analisam essa aceleração populacional segundo uma ótica alarmista e catastrófica, argumentando que, se esse crescimento não for impedido, os recursos naturais da Terra se esgotarão em pouco tempo.

Para conter o avanço populacional, esses teóricos utilizam várias propostas, principalmente a da adoção de políticas visando o controle de natalidade, que se popularizaram com a denominação de Planejamento Familiar.

Algumas medidas adotadas por entidades mundiais (ONU, FMI, Banco Mundial, UNICEF, entre outros) nos países subdesenvolvidos, ajustadas a cada população, são exemplos de políticas de controle de natalidade: esterilização em massa de populações pobres (como foi feito na Índia e na Colômbia); distribuição gratuita de anticoncepcionais; assistência médica para uso de dispositivos intrauterinos (DIUs); divulgação de um modelo de família bem-sucedida, com no máximo dois filhos, em programas de televisão, na publicidade e no cinema.

Teoria Reformista

As idéias básicas desta teoria são todas contrárias às de Malthus: sua principal afirmação nega o princípio malthusiano, segundo o qual a superpopulação é a causa da pobreza. Para os reformistas, é a pobreza que gera a superpopulação.

De acordo com a teoria reformista, se não houvesse pobreza as pessoas teriam acesso a educação, saúde, higiene, etc., o que regularia, naturalmente, o crescimento populacional. Portanto, é exatamente a falta dessas condições o que acarreta o crescimento desenfreado da população.

Neste caso, é necessário explicar a origem da pobreza: os reformistas atribuem sua origem à má divisão de renda na sociedade, ocasionada, sobretudo, pela exploração a que os países desenvolvidos submetem os países subdesenvolvidos. Assim, a má distribuição de renda geraria a pobreza - e esta, por sua vez, geraria a superpopulação.

Outra crítica dos estudiosos reformistas aos malthusianos diz respeito ao crescimento da produção. Como vimos, para Malthus esta crescia em ritmo inferior ao da população. Para os reformistas, contudo, isso também não é verdadeiro, pois, com o início da revolução industrial e a consequente revolução tecnológica, tanto a agricultura quanto a indústria aumentaram sua capacidade produtiva, resolvendo, dessa forma, o problema da produção.

Os reformistas defendem que os governos deveriam implantar uma política de reformas sociais - na tecnologia, para aumentar a produção e resolver definitivamente o problema da sobrevivência humana, e na distribuição da renda, visando o acesso da maioria às riquezas produzidas. Só assim o problema da pobreza se resolveria. E, resolvendo o problema da pobreza, se resolveria também o problema da superpopulação. Ou seja, não haveria mais desequilíbrio entre uma e outra.


Urbanização do Brasil

Conseqüências e características das cidades

Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural.

Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do governo Juscelino Kubitschek.

É importante salientar que os processos de industrialização e de urbanização brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. No momento que os investimentos no setor agrícola, especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além das dificuldades de importação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial.

Êxodo rural

As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural).

O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estrutura fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais.

Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida.

População urbana

Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis próximos aos dos países de antiga urbanização daEuropa e da América do Norte. Em 1940, os moradores das cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do país, esse percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por outro lado, a população rural terá caído de 29,462 milhões para 16,335 milhões entre 2005 e 2050.


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O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século 19, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc.

Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves problemas.

Favelização e outros problemas da urbanização

A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do Programa Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros - cerca de 28% da população - vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país, contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 2020.

O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não ocorrerá uma exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, conforme podemos observar na tabela abaixo. Muito pelo contrário, ela se concentra na região Sudeste, formada pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais eEspírito Santo.


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  • Região Sudeste
  • Apesar desses quatro Estados ocuparem somente 10% do território brasileiro, a segunda menor em área, neles se encontram mais de 78 milhões de habitantes (IBGE, 2005), 90,5% dos quais vivem em cidades.

    É também no Sudeste que se encontram três das cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), bem como 50% das cidades com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes.

    As sucessivas crises econômicas que o país conheceu nas últimas décadas fez seu ritmo de crescimento em geral diminuir e com isso o fluxo migratório para o Sudeste se reduziu e continua em declínio.

  • Centro-Oeste e Sul
  • A segunda região de maior população urbana no país é a Centro-Oeste, onde 86,7% dos habitantes vivem em cidades. A urbanização dessa região é ainda mais recente e foi impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o Sudeste, de um lado, e a Amazônia, de outro. Além disso, há o desenvolvimento do setor do agronegócio. A agropecuária impulsionou a urbanização do Centro-Oeste, cujas cidades apresentam atividades econômicas essencialmente de caráter agro-industrial.

    A região Sul, apesar de contar com o terceiro maior contingente populacional do país - mais de 26 milhões de habitantes, 80,9% vivendo em cidades - e uma economia vigorosa, também baseada na agropecuária apresenta um índice mais baixo de urbanização. Ao contrário da região Centro-Oeste, a região Sul conheceu uma urbanização mais lenta e limitada até o início da década de 1970.

    A estrutura agrária assentada na pequena propriedade e no trabalho familiar, apoiado no parcelamento da terra nas áreas de planaltos subtropicais, limitava a migração de pessoas do campo para o meio urbano. Depois, a mecanização da agricultura e a concentração fundiária impulsionaram o êxodo rural.

  • Norte e Nordeste
  • O grau de urbanização da região Norte é o mais baixo do país: 69,9% em 2003. No entanto, é a região que mais se urbanizou nos últimos anos. Entre 1991 e 2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano foi de 28,54%. Além de ter-se inserido tardiamente na dinâmica econômica nacional, a região tem sua peculiaridade geográfica - a floresta Amazônica - que representa um obstáculo ao êxodo rural. Ainda assim, Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes cada.

    Com mais de 51 milhões de habitantes o Nordeste é a região brasileira com o maior número de municípios (1.793), mas somente 69,1% de sua população é urbana. A estrutura agrária baseada na pequena propriedade familiar, na faixa do Agreste, colaborou para segurar a força de trabalho no campo e controlar o ritmo do êxodo rural. O baixo rendimento e a baixa produtividade do setor agrícola restringiu a repulsão dos habitantes rurais, ao passo que o insuficiente desenvolvimento do mercado regional limitou a atração exercida pelas cidades.

    Conceitos de urbanização...
    Urbanização é o deslocamento de um grande contingente de pessoas que saem da área rural para os centros urbanos (as cidades). Para que um país seja considerado urbanizado, a quantidade de pessoas que vivem nas cidades deve ser superior a quantidade que vive do campo. 

    As cidades podem ser classificadas de acordo com seu tamanho, atividade econômica, importância regional entre outras características. 
    Classificam-se em: 

    Municípios: São as menores divisões político-administrativas, todo município possui governo próprio, sua área de atuação compreende a parte urbana e rural pertencente ao município. 

    Cidades: É a sede do município, independente do número de habitantes que possa ter, as atividades econômicas nas cidades diferem das do campo, as atividades principais são centralizadas nos setor secundário e terciário. 

    Macrocefalia Urbana: Caracteriza-se pelo crescimento acelerado dos centros urbanos, principalmente nas metrópoles, provocando o processo de marginalização das pessoas que por falta de oportunidade e baixa renda residem em bairros que não possuem os serviços públicos básicos, e com isso enfatiza o desemprego, contribui para a formação de favelas, resultando na exclusão social de todas as formas. 

    Metrópoles: São cidades com população absoluta superior a 1milhão de habitantes (ex: Goiânia, São Paulo). 

    Conurbações: È quando um município ultrapassa seus limites por causa do crescimento e com isso encontra-se com os municípios vizinhos. 

    Regiões Metropolitanas: É a união de dois ou mais municípios formando uma grande malha urbana, é comum nas cidades sedes de estados (ex.Goiânia, Aparecida de Goiânia e cidades do entorno). 

    Megalópole: É a união de duas ou mais regiões metropolitanas. 

    Tecnopólos: ou Cidades ciência, são cidades onde estão presentes centros de pesquisas, universidades, centros de difusão de informações. Geralmente os tecnopólos estão alienados a universidades e indústrias. 

    Verticalização: È a transformação arquitetônica de uma cidade, ou seja, a mudança da forma horizontal das construções (ex: casas), para a verticalização (construção de prédios). 

    Segregação Espacial: È o foco do poder público as regiões onde a parcela da população possui melhor poder aquisitivo, e omissão as regiões periféricas desprovidas dos serviços públicos. 

    Cidades Formais: São cidades planejadas. 

    Cidades Informais: São compostas pelas regiões periféricas, regiões onde não possui infra-estrutura suficiente.






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    fonte : http://gnovocaminho.blogspot.com